Os alimentos ao serem processados na indústria alimentar perdem muito das suas características, como por exemplo: cor, aroma e sabor. Os aditivos alimentares são utilizados para tentar resgatar as características que o alimento perdeu ao ser processado na indústria.

Os aditivos são um mal necessário da indústria alimentar, sem a qual não seria possível dar de comer a toda a população do planeta.

Com o desenvolvimento da tecnologia e a necessidade cada vez maior das pessoas consumirem produtos alimentares de rápida confeção, os alimentos industrializados começaram a ser consumidos cada vez mais, tornando-se necessário a indústria adequar as suas atividades às necessidades dos consumidores.

Existem diversos tipos de aditivos. Muitos consumidos em grandes quantidades podem até causar doenças.

Estudos comprovam que o consumo em excesso de alimentos que contêm aditivos são a causa de um grande número de doenças e perturbações alimentares, tornando questionável o seu uso tanto aos olhos das autoridades reguladoras a nível mundial como do ponto de vista clínico.

Contudo, a utilização de aditivos nos alimentos é regulada por legislação própria, tanto em Portugal como em todos os países da União Europeia. Para que possa ser utilizado no processamento de alimentos, qualquer aditivo tem que fazer parte das listas positivas de aditivos alimentares.

O que são aditivos alimentares?

Um aditivo alimentar é uma substância, que pode ter ou não valor nutritivo, que é adicionada a um alimento, intencionalmente, durante os seus processos de fabrico, tratamentos e entre outros, e cumprem uma finalidade particular. Os aditivos quando adicionados a um determinado alimento, são capazes de melhorar a sua aparência, sabor, textura, durabilidade, etc.

Existem muitos tipos de aditivos alimentares, nomeadamente, corantes, conservantes, adoçantes, antioxidantes, emulsionantes e potenciadores de sabor.

Os aditivos podem ser naturais – quando são extratos de substâncias naturais, sejam elas modificadas ou não – ou sintéticos – produzidos por síntese química ou bacteriana.

Como identificar os aditivos nos rótulos?

A União Europeia (UE) decidiu quais são os aditivos permitidos para uso. Todos os países que façam parte da UE estão obrigados a respeitar todas as regras criadas pela União Europeia.

A UE criou ainda um sistema de identificação dos aditivos. Provavelmente já viram em alguns rótulos, por exemplo, E 300, que é o mesmo que ácido ascórbico ou vitamina C, isso é o sistema de identificação. A cada aditivo foi atribuído um número de 3 ou 4 algarismos antecipados pela letra E, que significa Europa.

Em geral, a utilidade de cada aditivo pode ser reconhecida pelo primeiro algarismo do código, observe de seguida como:

  • E1xx – Corantes;
  • E2xx – Conservantes;
  • E3xx – Antioxidantes;
  • E4xx – Emulsionantes, estabilizantes, espessantes e gelificantes;
  • E5xx – Antiaglomerantes;
  • E620 a E635 – Intensificadores de Sabor;
  • E901 a E904 – Agentes de revestimento;
  • E950 a E967 – Edulcorantes.

Alguns exemplos de aditivos que existem:

  • EDULCORANTES (adoçantes) – Aditivos com baixo teor calórico usado para substituir o açúcar (sacarose). Exemplos de edulcorantes/ adoçantes naturais: frutose (açúcar da fruta), surbitol (provem de fruta como a maçã) – com baixo valor calórico. exemplos de edulcorantes/ adoçantes artificiais: sacarina – sem valor calórico.
  • CORANTES – São usados para intensificar a cor, que poderá ser perdida durante o processamento do alimento, ou para alterar a cor do mesmo. Os corantes podem ser de origem natural, colorau, ou de origem sintética. São questionados pois apenas têm efeito estético no alimento. exemplos: beterraba – vermelho, açafrão – amarelo, algas – verde.
  • CONSERVANTES – São usados para evitar a deterioração do alimento por agentes biológicos, como bactérias, vírus e fungos. Também evita a deterioração química, aumentando assim a duração do alimento. Exemplos de conservantes naturais: açúcar, sal, vinagre. Exemplos de conservantes químicos (famílias): nitritos, nitratos e sulfitos.
  • ANTIOXIDANTES – Funcionam como conservantes evitando a deterioração do alimento por ação do oxigénio. Evitam a rancidez nos alimentos com gorduras e o escurecimento de alimentos como os frutos. exemplos: acido ascórbico (vitC), carotenos (vitA), tocoferol (vitE), ubiquiol (vitQ)
  • EMULSIONANTES – Fazem com que por exemplo a água e o óleo permaneçam misturados como na maionese. Ou seja, evita que o alimento fique em camadas.
  • ESPESSANTES – Aumentam a viscosidade do alimento sem o alterar. Exemplo: amido de milho (“maizena”)
  • GELIFICANTES – Atuam no alimento para este adquirir a consistência de um gel. Exemplo: gelatina (origem animal – colagénio – obtido no interior dos ossos dos animais), agar (origem vegetal – algas marinhas)
  • ESTABILIZANTES – Ajudam a manter a estabilidade física do alimento, ajuda na retenção da água, o que permite que o alimento permaneça mais tempo fresco e húmido.  exemplo: fosfatos e amidos

Cuidados a ter

Em primeiro lugar é necessário realçar que nem todos os aditivos são nocivos para a saúde. Por exemplo, o Ácido ascórbico (E 300 ou Vitamina C) é um antioxidante, o que é benéfico para nós, tal como muitos outros.

É importante que tenhamos atos preventivos, tais como:

  • Tentar escolher produtos simples, frescos e da época – desta forma poderemos estar a consumir um produto que não necessitou de aditivos para se formar porque é da época;
  • Verificar o rótulo e escolher produtos que tenham menos aditivos;
  • Consumir refeições feitas em casa e não refeições industrializadas. As refeições caseiras são mais isentas de aditivos e ricas em proteínas, vitaminas, fibras, etc.;
  • Em vez de comprar iogurtes aromatizados, optar por comprar iogurtes naturais;
  • Moderar o consumo dos produtos de charcutaria (fiambre, queijo, presunto, paio, etc.);
  • Por vezes, alguns produtores optam pela conservação em vácuo ou pelo congelamento em vez de utilizarem aditivos, por isso, aconselha-se a preferência por estes produtos.

Estes são alguns dos muitos atos preventivos que devemos adotar para melhorar a qualidade de vida e bem-estar, só assim poderemos reduzir o risco de doenças e outras complicações.