A tão aguardada versão 8 da BRC Food Safety foi publicada em agosto de 2018. Desde a publicação da versão 7 foram identificadas diversas oportunidades de revisão da norma devido a situações emergentes na Segurança Alimentar. Após a fase de transição de seis meses, a BRC food standard issue 8 vai substituir a issue 7.

Quais foram as mudanças as principais mudanças?

Após alguns “escândalos” relacionados com a segurança alimentar, esta nova versão requer que a organização implemente um sistema de denúncias anónimas pelos operadores. Permitirá assim que os colaboradores denunciem situações/preocupações relacionadas com a segurança alimentar, integridade, qualidade e conformidade com as normas legais em vigor. Em adição haverá uma nova cláusula referente à monitorização ambiental e requisito para o procedimento de análise de causas.

A nova norma tem duas novas secções, a 8 e a 9, e além disso foram também acrescentadas mais cláusulas. A criação da nova secção 8 permitiu centralizar todos os requisitos para áreas de alto risco, áreas limpas e ambiente controlado. Haverá também foco na segurança cibernética e maior esclarecimento para as unidades de fabrico de alimentos para animais de estimação. Outra novidade está relacionada com a aplicabilidade global e benchmarking GFSI.

Para o ajudar a preparar-se para a nova versão, apresentamos de seguida um resumo dos requisitos mais importantes:

1 – Comprometimento da gestão e melhoria contínua (secção 1): Mais foco e importância dada à gestão de topo durante as auditorias;

2 – Cultura de Qualidade e Segurança Alimentar: Fator significante na gestão da segurança alimentar – Requisito 1.1.2 – A gestão de topo deve definir e manter um plano para o desenvolvimento e melhoria contínua da cultura de qualidade e segurança alimentar:

3 – Reportar uma ocorrência: Todos os colaboradores são responsáveis pela segurança alimentar. Portanto todos devem ter o conhecimento de como denunciar incidentes e ocorrências – Requisito 1.16.

4 – Plano de Segurança Alimentar – HACCP: Em certos países (EUA) existem requisitos regulamentares que incorporam todo o processo HACCP delineado pelo Codex Alimentarius, mas usam diferentes terminologias. Para assegurar compatibilidade em todos os países é necessário rever as expressões na secção 2 da norma no plano de segurança alimentar.

5 – Auditorias internas: Uma das ferramentas mais poderosas de uma organização. Através das não conformidades (NC) encontradas chega-se à conclusão de que as organizações continuam a não planear bem as suas auditorias internas ao longo do ano – Requisito 3.4.1 – sofreu uma alteração para garantir que os sistemas de gestão de segurança alimentar estão a ser avaliados em intervalos regulares – pelo menos 4 auditorias por ano.

6 – Matéria-prima e aprovação de fornecedores: Segurança, integridade, cumprimento dos requisitos legais e qualidade das matérias-primas é fundamental para o processo de produção.

7 – Análise de causa: Ferramenta importante que permite estabelecer a causa fundamental e implementar ação preventiva efetiva; mencionada anteriormente em muitos dos requisitos da Norma. Requisitos: 3.7.3

8 – Segurança do produto e Food Defense: Sistemas rigorosos de Food Defence devem fazer parte dos protocolos da organização. A avaliação de ameaças com ações (plano) deve ser baseada no risco.

9 – Contaminantes físicos: A norma tem-se focado mais na deteção de metais, mas existem potenciais contaminantes que devem ser controlados: contaminação do produto ou matéria-prima por material de embalagem quando esta é retirada; controlo de canetas, com exclusão de canetas com pequenas partes detetáveis por equipamentos de deteção de material estranho.

10 – Monitorização do ambiente: introdução de uma ferramenta importante para a identificação de risco de contaminação. A indústria alimentar deve demonstrar que as áreas de produção e os controlos efetuados são indicados para a prevenção de contaminação por organismos patogénicos, organismos indicadores e/ou organismos de degradação.

11 – Embalagem e rotulagem: os dados de retirada ou recolha de produto demonstram que a maior parte das causas estão associadas a erros na rotulagem e embalagem. A norma exige que, na receção, deve haver um controlo de embalagem obsoleta; deve-se controlar também a impressão de códigos (datas); testar na linha os equipamentos de verificação; extensão da auditoria vertical para incluir a comparação do rótulo com as especificações e receitas.

12 – Fraude/avaliação da vulnerabilidade: Requisito 5.4.2 – neste requisito existe a exigência de uma informação documentada: a avaliação de vulnerabilidade deve ser feita em todas as matérias-primas ou grupos de matérias-primas para avaliar o risco potencial de adulteração ou substituição. Os resultados dessa avaliação também devem estar documentados num plano de avaliação de vulnerabilidade e devem ser formalmente revistos anualmente.

13 – Áreas de Alto Risco e Áreas Limpas: Os requisitos estão agora centralizados na secção 8 – apesar disso não houve grandes modificações, apenas uma revisão para garantir aplicação prática sem reduzir a eficácia dos requisitos anteriores.

14 – Produtos comercializados/Comercialização de produtos (Trade Goods): Este módulo foi incorporado em separado na seção 9. A implementação deste módulo é opcional, mas não o incluir é considerado uma exclusão do âmbito. Requer que a organização implemente procedimentos para aprovação, a fim de garantir que os produtos alimentares sejam seguros, cumpram os requisitos legais e sejam fabricados de acordo com as especificações do produto. As não conformidades atribuídas a este módulo farão parte das NC gerais da norma.

O que esperar numa Auditoria BRC food V8?

FONTE: BRC AUDITING TECHNIQUES GUIDELINE

FONTE: BRC AUDITING TECHNIQUES GUIDELINE

As mudanças chave:

  • Auditorias surpresa continuam a ser opcionais, mas a opção 2 foi removida;
  • Relatório da auditoria e o seu processo de divulgação foi alterado de forma a permitir relatórios provisórios e reduzir o tempo de relatório de auditoria.

Para o relatório de Auditorias existe um novo processo:

  • Após cada auditoria, um relatório provisório deve estar disponível no diretório BRC no prazo de 10 dias.
  • Conteúdo do relatório deve estar dividido entre:
    • Descrição do sistema de segurança alimentar – revisão e verificação
    • Informação sobre atividade de auditorias avaliadas

Para implementar ou atualizar a norma BRC nesta nova versão 8, assim como para realizar as auditorias fundamentais para a sua manutenção, é importante selecionar o parceiro de consultoria certo. A Vexillum possui o know-how e a competência necessárias para acompanhar a sua empresa ao longo de todo o processo. Contacte-nos e descubra as soluções à medida que disponibilizamos à sua organização.