As alterações climáticas estão aí e a fatura é pesada. A gestão dos efeitos do aquecimento global requer financiamento e é necessário mais dinheiro para reduzir as emissões de gases de efeito de estufa (GEE). Estima-se que vários biliões de dólares de investimento serão necessário para atingir o objetivo da neutralidade carbónica.

A economia verde, ou investir em atividades relacionadas com as alterações climáticas, é vista como a resposta, mas avaliações e divulgações abrangentes e comparáveis são essenciais para ter qualquer impacto positivo no ambiente e atrair mais investimento. Também é, cada vez mais, um requisito regulatório. Uma nova norma foi agora publicada para ajudar.

A ISO 14097, Gestão de gases de efeito de estufa e atividades relacionadas – Estrutura incluindo princípios e requisitos para avaliar e divulgar atividades de financiamento relacionadas com as alterações climáticas, ajuda os financiadores a avaliarem e a divulgarem as suas ações e a verem o real valor das suas contribuições para os objetivos climáticos.

A estrutura desenhada na norma especifica os princípios, requisitos e orientações necessárias. É construída em torno da abordagem preconizada pela “teoria da mudança”, que pretende definir o que é necessário para um impacto a longo termo. A ISO 14097 abrange os efeitos das decisões de investimento em emissões de GEE sobre a economia real, a compatibilidade de decisões de investimento e financiamento com vias de transição de baixo carbono e objetivos climáticos e o risco sobre o valor financeiro para proprietários de ativos financeiros (por exemplo, sociedades de capitais de investimento, ações, títulos, empréstimos) que surgem a partir dos objetivos climáticos ou das políticas climáticas.

Massamba Thioye, Líder de Projeto do grupo de especialistas ISO que desenvolveu a norma, disse que a economia verde contribui para o esforço global para reduzir as emissões de GEE e para a sustentabilidade e rentabilidade a longo prazo dos ativos financeiros.

“Os financiadores podem desinvestir em atividades de intensa produção carbónica para gerirem a sua exposição aos riscos relacionados com o clima, mas, se isso não for feito de forma ampla, o impacto sobre a emissão de gases de efeito de estufa será muito limitado”, disse ele.

“O que será mais eficaz é se eles enveredarem numa defesa desta política, se se empenharem junto das organizações em que investem e se utilizarem a sua influência para fomentar planos de investimento mais verdes. Por conseguinte, é importante que eles possam medir as consequências dessas ações sobre as emissões de GEE por parte das organizações nas quais investem. A chave para o sucesso da economia verde reside na transparência e medição, que é exatamente aquilo que esta norma pretende facilitar.”

Thioye também é gestor da Divisão de Mitigação da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, um parceiro-chave da ISO.

A ISO 14097 é a mais recente numa família emergente de normas relacionadas com alterações climáticas e finanças. Outras normas em desenvolvimento incluem a futura série ISO 14030 para a avaliação de performance ambiental em instrumentos de dívida verde, a ISO 14100 para a avaliação de projetos financeiros verdes e a ISO 14093, que se foca em mecanismos de financiamento para a adaptação às alterações climáticas.

 

 

Fonte: www.iso.org